Casa de Ioiô da professora, construção do início do século XX
Por: Diogenildes Oliveira
(...) Mesmo o indivíduo mais bem dotado, seja
ele poeta ou físico, jamais perceberá todo o seu potencial ou emprestará a sua
época toda a contribuição de que é capaz, sem que a imaginação lhe tenha sido
despertada pelas aspirações e realizações dos que viveram antes dele. Os
intelectuais humanistas têm, portanto... a honra e o dever de interpretar o
passado para cada nova geração de homens que “ não podem deixar de viver num
canto pequeno da terra por um breve espaço de tempo” (...)
(Comissão
de Humanidades, 1963. In: Grécia Clássica. Rio de Janeiro, José Olympio,
1970).
Para
se compreender o futuro é necessário que se conheça o passado. Nossa região
mais que qualquer outra do Brasil, nasceu e cresceu sob o signo da violência,
da incompreensão e do arbítrio contra nativos, migrantes e sertanejos pobres e
analfabetos. Nossa história foi feita com coragem e determinação de um povo
bravo e heroico.
Buscando
partir de uma realidade construída para outra em construção, ressaltei aqui uma
construção antiga da nossa cidade. Tentando com isso resgatar um pouco da nossa
história. Cito aqui:
• A casa de Ioiô da professora, construção
do início do século XX, localizada na Praça da Bandeira.
Conhecido
como Ioiô da professora, ou José Siqueira Santos, seu nome de registro, nasceu
(na Vila do Cumbe, 25 de abril de 1909 e faleceu Euclides da Cunha, 25 de
agosto de 2007) foi uma das maiores fonte de informações sobre a saga de
Antônio Conselheiro, líder da Guerra de Canudos.
Era
filho de Leolino Santos e Erotildes Siqueira, primeira professora da cidade,
Seu pai era um produtor rural da região que conheceu e negociava com Antônio
Conselheiro.
Foi
professor, historiador, contador de histórias. Casou em 1935 com Izabel Abreu
filha de um famoso coronel da região, José Américo Camelo de Souza Velho,
inimigo figadal do conselheiro, mas nada da antiga fortuna, ou prestígio,
sobrou para os descendentes. Ioiô vivia de um botequim que ocupava a parte da
frente de sua modesta casa, onde basicamente vendia cachaça. Teve uma filha
chamada Ederlinda que se casou com Agnaldo e teve quatro filhos desse
casamento: Edna, Eldon, João, Lêda. Edna teve uma filha chamada Marília, João
teve duas filhas Daniela e Milena e Lêda duas filhas Bruna Siqueira de Abreu
Brito Guimarães e Amanda Siqueira de Abreu Brito Guimarães e Amanda Siqueira de
Abreu Brito Guimarães.Sua obsessão sobre a Guerra de Canudos vêm desde da
infância , pois,seu pai lhe contava várias histórias sobre Canudos e a guerra, sua mãe lhe deixou
como herança a casa velha localizada na praça da igreja, onde foi utilizada
como quartel general pelas tropas do Coronel Moreira César..
Tinha
um bar, na época do Major Antonino (intendente). Quando aposentou-se, vivia
como velho contador de histórias, conhecido como Ioiô da professora.
Desde
o dia 12 de agosto de 2007, vivia se queixando de certo cansaço causado por uma
gripe e próxima pneumonia, foi internado dia 19, no hospital municipal e morreu
dia 25 aos 98 anos, foi sepultado no dia 26 de agosto, no Cemitério Municipal
do Campo Santo, em Euclides da Cunha, onde muitos familiares e amigos,
políticos, professores, profissionais liberais e a população da cidade foram se
despedir do filho ilustre, uns dos mais destacados depoentes sobre a Guerra de
Canudos.
Durante
muitos anos, “seu” Ioiô foi fonte de informações privilegiadas para
pesquisadores, documentaristas e estudiosos da saga de Antônio Conselheiro no
sertão baiano.
Referências
Bibliográficas
www.Wikipédia.org/wiki/JoãoSiqueiraAsantos
www.google.com.br/museu
do Cumbe
Mota,
Miriam Becho. História: das Cavernas ao Terceiro Milênio, Ed.lª,SÃO Paulo;Ed.
Moderna.1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário