terça-feira, 16 de abril de 2013


Casa de Ioiô da professora, construção do início do século XX

Por: Diogenildes Oliveira



 (...) Mesmo o indivíduo mais bem dotado, seja ele poeta ou físico, jamais perceberá todo o seu potencial ou emprestará a sua época toda a contribuição de que é capaz, sem que a imaginação lhe tenha sido despertada pelas aspirações e realizações dos que viveram antes dele. Os intelectuais humanistas têm, portanto... a honra e o dever de interpretar o passado para cada nova geração de homens que “ não podem deixar de viver num canto pequeno da terra por um breve espaço de tempo” (...)
(Comissão de Humanidades, 1963. In: Grécia Clássica. Rio de Janeiro, José Olympio, 1970).    
Para se compreender o futuro é necessário que se conheça o passado. Nossa região mais que qualquer outra do Brasil, nasceu e cresceu sob o signo da violência, da incompreensão e do arbítrio contra nativos, migrantes e sertanejos pobres e analfabetos. Nossa história foi feita com coragem e determinação de um povo bravo e heroico.
Buscando partir de uma realidade construída para outra em construção, ressaltei aqui uma construção antiga da nossa cidade. Tentando com isso resgatar um pouco da nossa história. Cito aqui:
•        A casa de Ioiô da professora, construção do início do século XX, localizada na Praça da Bandeira.
Conhecido como Ioiô da professora, ou José Siqueira Santos, seu nome de registro, nasceu (na Vila do Cumbe, 25 de abril de 1909 e faleceu Euclides da Cunha, 25 de agosto de 2007) foi uma das maiores fonte de informações sobre a saga de Antônio Conselheiro, líder da Guerra de Canudos.
Era filho de Leolino Santos e Erotildes Siqueira, primeira professora da cidade, Seu pai era um produtor rural da região que conheceu e negociava com Antônio Conselheiro.
Foi professor, historiador, contador de histórias. Casou em 1935 com Izabel Abreu filha de um famoso coronel da região, José Américo Camelo de Souza Velho, inimigo figadal do conselheiro, mas nada da antiga fortuna, ou prestígio, sobrou para os descendentes. Ioiô vivia de um botequim que ocupava a parte da frente de sua modesta casa, onde basicamente vendia cachaça. Teve uma filha chamada Ederlinda que se casou com Agnaldo e teve quatro filhos desse casamento: Edna, Eldon, João, Lêda. Edna teve uma filha chamada Marília, João teve duas filhas Daniela e Milena e Lêda duas filhas Bruna Siqueira de Abreu Brito Guimarães e Amanda Siqueira de Abreu Brito Guimarães e Amanda Siqueira de Abreu Brito Guimarães.Sua obsessão sobre a Guerra de Canudos vêm desde da infância , pois,seu pai lhe contava várias histórias  sobre Canudos e a guerra, sua mãe lhe deixou como herança a casa velha localizada na praça da igreja, onde foi utilizada como quartel general pelas tropas do Coronel Moreira César..
Tinha um bar, na época do Major Antonino (intendente). Quando aposentou-se, vivia como velho contador de histórias, conhecido como Ioiô da professora.
Desde o dia 12 de agosto de 2007, vivia se queixando de certo cansaço causado por uma gripe e próxima pneumonia, foi internado dia 19, no hospital municipal e morreu dia 25 aos 98 anos, foi sepultado no dia 26 de agosto, no Cemitério Municipal do Campo Santo, em Euclides da Cunha, onde muitos familiares e amigos, políticos, professores, profissionais liberais e a população da cidade foram se despedir do filho ilustre, uns dos mais destacados depoentes sobre a Guerra de Canudos.
Durante muitos anos, “seu” Ioiô foi fonte de informações privilegiadas para pesquisadores, documentaristas e estudiosos da saga de Antônio Conselheiro no sertão baiano.

Referências Bibliográficas
www.Wikipédia.org/wiki/JoãoSiqueiraAsantos
www.google.com.br/museu do Cumbe
Mota, Miriam Becho. História: das Cavernas ao Terceiro Milênio, Ed.lª,SÃO Paulo;Ed. Moderna.1997.

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