sexta-feira, 26 de abril de 2013


Painel da Praça Duque de Caxias


Por: Adauto Bitencourt


Este painel, do artista plástico alemão Udo Knoff, feito em 1969, mesmo ano da construção e inauguração da praça de nome Duque de Caxias, ocupa lugar de destaque no conjunto arquitetônico da mesma, no centro da cidade de Euclides da Cunha na Bahia. 

 A obra fora encomendada por Joaquim Silva Dantas, então prefeito da época, onde mostra um pouco do cenário de Canudos. Em destaque, a célebre frase do autor de "Os Sertões" Euclides da Cunha, associada aos sertanejos. O painel pintado sobre uma coluna de 1,2 x 10 metros, permanece em seu tamanho e localização originais, apesar da praça onde a mesma está exposta ter passado por várias reformas ao longo de quase cinco décadas.



Nesta foto de 1969 podemos ver ao fundo o painel de Udo Knoff


segunda-feira, 22 de abril de 2013

LAMPARINA

Por: Maria Aparecida Alves da Conceição


Também chamada de lâmpada a lamparina, existe desde a pré-história, era simplesmente um recipiente pequeno, de barro ou metal, com uma alça em uma ponta e uma mecha de tecido em outra - igual àquela lâmpada da qual sai um gênio, segundo as lendas árabes. Sua combustível era à base de óleo vegetal ou animal. Essa lamparina pertenceu à dona Maria Moreira Campos, uma das primeiras funcionaria do Correio de nossa cidade, não se sabe o certo quanto anos tem.
Os indígenas antes da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500,utilizavam a luz do fogo e a claridade da Lua como forma de iluminar suas noites. Não há registro de outra forma de iluminação usada na época. Os portugueses trouxeram consigo as formas de iluminação utilizadas na Europa, como a lamparina à base de óleos vegetais ou animal. O óleo de oliva era um dos mais utilizados, mas era fabricado somente na Europa, por isso tinha altos custos, somente uma elite nobre o utilizava. 

Com o alto custo do óleo de oliva, rapidamente ele foi substituído por outros óleos fabricados no Brasil, como o óleo de coco e de mamona. Posteriormente, foram produzidos os óleos derivados de gordura animal principalmente peixes e fabricadas velas feitas de gorduras e de cera de abelha (produtos que não eram utilizados nas residências da população pobre), em razão do alto preço.


www.escolakids.com



sábado, 20 de abril de 2013


PANELA DE BARRO

Por: Elicarla da Costa

As panelas de barro são os utensílios de cozinha mais antigos que existem. Praticamente todos os povos da terra em algum momento a utilizaram. Das panelas de barro, secas apenas ao calor ambiente, os povos passaram a cozê-las em fogueiras e fornos, daí surgindo à cerâmica.

No Brasil, os registros mais antigos apontam para sua origem nas tribos indígenas do Espírito Santo - ate os dias de hoje a técnica de sua confecção e a estrutura social dos artesãos pouco mudou.

A imagem acima mostra um pouco da atividade, no município de Euclides da Cunha, especificamente no Povoado de Muriti, onde D . Maria de Oliveira Moreira (55 anos), conhecida como  Maria dos Potes faz uma bela arte, usando barro como matéria prima, produzindo potes, copos, bacias, muringas e vários outros utensílios de cozinha, ofício aprendido com sua mãe. desde pequena.

  A mesma tem consciência da importância de se preservar esta cultura nos seus filhos, mas lamenta por eles não se interessarem pelo ofício.


quinta-feira, 18 de abril de 2013


RÁDIO PHILIPS - 1960

Por: Ednalva Tertulina da Silva



O rádio mostrado acima é de propriedade do senhor João Vitor da Paz Ferreira, comerciante da cidade de Euclides da Cunha. Segundo conta o senhor João, este rádio é uma relíquia de família. Foi adquirido pelo seu pai Joaquim Vitor da paz Ferreira no ano de 1959. Na época a família habitava na fazenda Curirici, hoje um pequeno povoado. Valendo salientar que esse foi o primeiro rádio da localidade, motivo pelo qual ao entardecer, parentes e vizinhos sentavam-se no alpendre da casa para “assistir” o rádio. O programa preferido pelas mulheres eram as novelas, e dos homens era a voz do Brasil. Aos domingos ninguém perdia a missa transmitida pela rádio Petrolina. O atual dono lembra-se de um dos jogos da seleção brasileira que foi transmitido pelo rádio. Acompanhar um jogo pelo rádio naquela época provocava a mesma emoção de hoje ao assistir em uma TV de 50 polegadas.

quarta-feira, 17 de abril de 2013


PUNHAL

Por: Luiz Fernando



 O lendário Punhal, espécie de faca sem gume que cangaceiros e caboclos nordestinos usavam para exterminar seus desafetos. Foi a mais temida de todas as armas brancas durante  séculos no sertão nordestino.

terça-feira, 16 de abril de 2013

GUARDA LOUÇA

Por: Luciana da Silva Felix


Gurda Louça usado nas cozinhas coloniais


MANOÊ

Por: Sanaria Dantas de Souza




Origem do milho do manoê:

Descoberta em ilhas próximas ao litoral mexicano, há mais de 7 mil anos, a planta silvestre recebeu o nome de 'milho', de origem indígena caribenha, com o significado de 'sustento da vida'. Muito usado pelos incas, maias e astecas, o grão foi a base da alimentação das sociedades antigas e todas as atividades em grupo eram feitas em função de seu plantio. Com o período de colonização do continente americano e as grandes navegações, o alimento ganhou o mundo e se tornou um dos primeiros itens de cultura mundial, perdendo apenas para o trigo e o arroz.

O grão chegou ao Brasil não somente com a chegada dos colonizadores, o milho já fazia parte dia-a-dia dos índios Tupiniquins que aproveitava toda a parte do vegetal para o consumo humano e animal.
 Referências: http://revistacrescer.globo.com/Crescer/0,19125,EFC1550298-5670,00.html


Em água quente coloca o milho de molho e no dia seguinte são escorrido e triturado para virar manoê, um bolo assado em forno de lenha que não leva nada alem de  milho, açúcar, água e sal. O milho é um dos ingredientes mais usados nos pratos típicos das festas do São João no Brasil.



Casa de Ioiô da professora, construção do início do século XX

Por: Diogenildes Oliveira



 (...) Mesmo o indivíduo mais bem dotado, seja ele poeta ou físico, jamais perceberá todo o seu potencial ou emprestará a sua época toda a contribuição de que é capaz, sem que a imaginação lhe tenha sido despertada pelas aspirações e realizações dos que viveram antes dele. Os intelectuais humanistas têm, portanto... a honra e o dever de interpretar o passado para cada nova geração de homens que “ não podem deixar de viver num canto pequeno da terra por um breve espaço de tempo” (...)
(Comissão de Humanidades, 1963. In: Grécia Clássica. Rio de Janeiro, José Olympio, 1970).    
Para se compreender o futuro é necessário que se conheça o passado. Nossa região mais que qualquer outra do Brasil, nasceu e cresceu sob o signo da violência, da incompreensão e do arbítrio contra nativos, migrantes e sertanejos pobres e analfabetos. Nossa história foi feita com coragem e determinação de um povo bravo e heroico.
Buscando partir de uma realidade construída para outra em construção, ressaltei aqui uma construção antiga da nossa cidade. Tentando com isso resgatar um pouco da nossa história. Cito aqui:
•        A casa de Ioiô da professora, construção do início do século XX, localizada na Praça da Bandeira.
Conhecido como Ioiô da professora, ou José Siqueira Santos, seu nome de registro, nasceu (na Vila do Cumbe, 25 de abril de 1909 e faleceu Euclides da Cunha, 25 de agosto de 2007) foi uma das maiores fonte de informações sobre a saga de Antônio Conselheiro, líder da Guerra de Canudos.
Era filho de Leolino Santos e Erotildes Siqueira, primeira professora da cidade, Seu pai era um produtor rural da região que conheceu e negociava com Antônio Conselheiro.
Foi professor, historiador, contador de histórias. Casou em 1935 com Izabel Abreu filha de um famoso coronel da região, José Américo Camelo de Souza Velho, inimigo figadal do conselheiro, mas nada da antiga fortuna, ou prestígio, sobrou para os descendentes. Ioiô vivia de um botequim que ocupava a parte da frente de sua modesta casa, onde basicamente vendia cachaça. Teve uma filha chamada Ederlinda que se casou com Agnaldo e teve quatro filhos desse casamento: Edna, Eldon, João, Lêda. Edna teve uma filha chamada Marília, João teve duas filhas Daniela e Milena e Lêda duas filhas Bruna Siqueira de Abreu Brito Guimarães e Amanda Siqueira de Abreu Brito Guimarães e Amanda Siqueira de Abreu Brito Guimarães.Sua obsessão sobre a Guerra de Canudos vêm desde da infância , pois,seu pai lhe contava várias histórias  sobre Canudos e a guerra, sua mãe lhe deixou como herança a casa velha localizada na praça da igreja, onde foi utilizada como quartel general pelas tropas do Coronel Moreira César..
Tinha um bar, na época do Major Antonino (intendente). Quando aposentou-se, vivia como velho contador de histórias, conhecido como Ioiô da professora.
Desde o dia 12 de agosto de 2007, vivia se queixando de certo cansaço causado por uma gripe e próxima pneumonia, foi internado dia 19, no hospital municipal e morreu dia 25 aos 98 anos, foi sepultado no dia 26 de agosto, no Cemitério Municipal do Campo Santo, em Euclides da Cunha, onde muitos familiares e amigos, políticos, professores, profissionais liberais e a população da cidade foram se despedir do filho ilustre, uns dos mais destacados depoentes sobre a Guerra de Canudos.
Durante muitos anos, “seu” Ioiô foi fonte de informações privilegiadas para pesquisadores, documentaristas e estudiosos da saga de Antônio Conselheiro no sertão baiano.

Referências Bibliográficas
www.Wikipédia.org/wiki/JoãoSiqueiraAsantos
www.google.com.br/museu do Cumbe
Mota, Miriam Becho. História: das Cavernas ao Terceiro Milênio, Ed.lª,SÃO Paulo;Ed. Moderna.1997.

GUARDA ROUPA

Por: Ivana Mara Silva Santana

Guarda Roupa da época do Brasil Colônia que só era possuído pela elite da colonial

FERRO DE PASSAR

Por: Andréa da S. Loiola Ribeiro


Ferro de passar ou ferro de engomar, é um instrumento que começou a ser utilizado a centenas de anos, a partir do século XVII. Antigamente, como não tinha energia elétrica em muitos lugares usavam-se estes ferros de passar roupa que chegam a pesar quase dois quilos, e dentro colocava-se a brasa de carvão vegetal. Este objeto era muito utilizado pelas escravas para passar as roupas de seus senhores. Hoje em dia esse objeto é mais utilizado como peça de decoração e de coleção.



PENTEADEIRA

Por: Lucicleide Gonçalves de O. Morais

Penteadeira, móvel de madeira pura esculpida e espelho com bordado impresso, utilizado pelas famílias abastadas desde a época do Brasil Colônia e Brasil Império.




CRISTALEIRA

Por: Nadja da Silva Cardoso



Cristaleira, móvel  de madeira pura toda trabalhada e vidro, confeccionada para guardar taças de cristais, utilizada pelas famílias abastadas desde a época do Brasil Colônia e Brasil Império
BANDA DE PÍFANO

Por: Silvoney Santos


            Uma das maiores riquezas musicais existentes no município de Uauá são as tradicionais bandas de pífano, que traz uma ancestralidade da música nordestina, pois foi à primeira música a aparecer no sertão do Brasil, que se incorporou e adquiriu toques próprios com os índios.
As bandas de pífanos, também conhecidas por Zabumba ou Calumbi, são conjuntos instrumentais compostos basicamente de duas flautas, caixa e zabumba. Segundo Aluysio Pinto de Alencar “é a criação do mestiço brasileiro, que, com intuição musical, soube adaptar ecologicamente o instrumental de procedência estrangeira, dando-lhe o equilíbrio de registros sonoros e a formação típica com o qual tradicionalizou-se.”
Uauá era ainda um povoado quando pela primeira vez a banda desfilara para festejar a benção do cruzeiro, local onde seria construída a Igreja Matriz. A banda de pífano “Calumbi”, de Monte Santo que serviu de inspiração para a criação da banda de pífano de Uauá, formada em meados de 1907 com Vicente José Barbosa, pai de Auto Barbosa. A banda era composta por quatro instrumentistas, estes: Vicente José e João Leite na gaita, Tentem na caixa e Dionísio na zabumba, juntaram-se a banda Seu Anízio, Auto Barbosa e Chico Dorope, sanfoneiros da época precursores do São João de Uauá. Estes tiveram papel fundamental na difusão da banda de pífano em Uauá ajudando a formar as bandas de pífano dos povoados da Lagoa do Pires, São Paulo e Poço do Vieira que ainda hoje participam ajudando a abrilhantar os festejos de São João Batista.
Apresentam-se em feiras, casamentos, batizados, festividades religiosas, quermesses, forrós, romarias e onde forem convidados.
Pífano é confeccionado em taquara e bambu com orifícios abertos a fogo. A caixa e o bombo são de matéria oca, coberto com pele de carneiro.
Os instrumentos são fáceis de ser executados por muitas razões, principalmente porque a escala é bastante curta, são de fácil manejo, de escassos recursos e o som varia de acordo com a dimensão do instrumento.
O repertório é escolhido por cada banda, indo de músicas recentes até as músicas mais antigas, é evidente ainda o uso de músicas do inesquecível rei do Baião Luiz Gonzaga. Muitas músicas são de repertório próprio dos instrumentistas, a inspiração das músicas vem de situações cotidianas. 
Hoje existe em Uauá bandas de pífano, uma da Lagoa do Pires, outra do Poço do Vieira e a outra do São Paulo. Estas contribuem muito para a manutenção do tradicionalismo peculiar do São João de Uauá. Participam das alvoradas, das passeatas e da entrega de Ramos durante os dias de festejo. Essas vêm revelando também a potencialidade e poesia do povo sertanejo, onde encontramos o mais puro sentimento de brasilidade.
Recentemente, com a chegada dos aparelhos eletrônicos e instrumentos elétricos no sertão da Bahia, as bandas de Pífanos tem sido desprezadas, provocando assim o desinteresse das novas gerações no aprendizado de sua música tradicional, como também no prematuro desaparecimento de alguns conjuntos.




PLACA

Por: Alayde Luiz


Placa: nome dado a lamparina, usado como candeeiro numa forma mais sofisticada, muito usada nas casas dos coronéis no inicio do século XX. Usando como combustível o querosene ou óleo de mamona, a chama era produzida pelo pavio feita de fios de algodão.   

CRISTALEIRA

Por: Gilvany Pereira



A paixão pelas louças tem longa data: conta a história que o primeiro louceiro foi encomendado a artesãos pela rainha Mary, da Inglaterra, no fim do século 17. Ela colecionava as tradicionais porcelanas em azul e branco de seu país natal, a Holanda, e queria expor e guardar suas preciosidades. Do castelo, a novidade partiu para o resto da Europa e os Estados Unidos. No Brasil, aportou com a corte portuguesa, que trazia em guarda-louças e cristaleiras itens de uso ainda não conhecido em terras tupiniquins. Nessa época e durante todo o século 19, se introduziram aqui costumes simples, como comer com talheres! Por muito tempo, as cristaleiras foram um símbolo de riqueza e poder. Grandes companheiros de quem guarda delicadas relíquias para servir a mesa, eles assumem várias personalidades, ao sabor da casa e do estilo do dono. 
CARRO DE BOI

Por: Maria Alaione Araújo Batista



O carro de boi surgiu no Brasil com os primeiros engenhos de açúcar, na época da colonização portuguesa. Foi um dos primeiros instrumentos de trabalho, além do mais antigo e principal veículo de transporte utilizado no País, principalmente nas áreas rurais, por quase três séculos.
O carro é composto por duas rodas, uma grade ou mesa de madeira e um eixo. As rodas são feitas de madeira de boa qualidade, com um anel de ferro de forma circular nas extremidades, para garantir maior resistência. Primitivamente, o carro não era ferrado e as pessoas diziam que “o carro andava na madeira”. A grade possui cerca de três metros de comprimento por um e meio de largura, com duas peças mais resistentes de cada lado e uma terceira no meio, mais comprida, destinada a atrelar o carro à canga, uma peça, também de madeira, com mais ou menos um metro de comprimento, contendo um corte anatômico para assentar bem no pescoço do boi, sendo segura por uma correia de couro chamada de brocha. A grade é apoiada sobre um eixo. O ponto de apoio da grade sobre o eixo são duas peças de madeira chamadas cocão. O chiado ou cantiga característica do carro de boi é produzido pelo atrito do cocão sobre o eixo.
Além de ajudar no transporte de cana, açúcar e lenha nos engenhos, o carro de boi servia para transportar mudanças e conduzir pessoas. Havia também uma versão coberta. Foi utilizado como carruagem para a nobreza rural brasileira; como transporte de bandas de musica das cidades para o interior e vice-versa; para levar as famílias sertanejas às festas de Natal e Ano Novo, quando eram todos enfeitados para a missão e, ainda, nas campanhas políticas, servindo de elemento de aproximação entre eleitores e candidatos. Nos anos de 1939 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à falta combustível para caminhões e automóveis, o carro de boi voltou a aparecer, por algum tempo em certas regiões do País ajudando a transportar cargas e pessoas.

Na história do Brasil, o carro de boi aparece na Colônia, no Império, na República, na Revolução de 1930, no Estado Novo. Pode apresentar variações de “modelos” e nomes: carro, carroça ou carreta, como no Rio Grande do Sul, porém, nenhuma cidade, vila, povoação, fazenda, sítio, do litoral ao sertão ignora a existência deste rústico e primitivo meio de transporte, que ajudou a fazer a história do Brasil.

FERRO DE PASSAR

Por: Josimária Silva de Souza




Este é o ferro de passar a carvão e pertenceu a minha avó. Lembro-me que para retirá-lo do fogo minha avó precisava de um pedaço de pano e que ela tinha muito cuidado ao colocar as brasas dentro dele. Este ferro é um antecessor do ferro elétrico e como é possível observar na imagem, ele tem um formato similar ao ferro moderno.
Existem algumas pinturas feitas há mais de mil anos atrás que mostram mulheres utilizando um ferro muito antigo a carvão para passar roupas.
Vale ressaltar que apesar de ser muito antigo, ainda há países que utilizam o ferro de passar a carvão, pois a eletricidade não é barata ou acessível.




BOGÓ

Por: Adrilmarcos Carmezim


Este saco ou sacola feito Juta - fibra têxtil vegetal que provém da família Tilioideae – vem sendo utilizado há muitas décadas em nosso município por caçadores para transportar seus mantimentos e sua caça, é também utilizado por pessoas que transitam de uma localidade a outra, muitas vezes em longas caminhadas.

O Bogó da foto pertence a meu irmão João Carmezim, que o utilizava quando caçava com seus amigos, para transportar tatús, perdizes, preás e outros animais silvestres, isto quando a caça ainda era permitida, pois hoje em dia como estabelece a lei ambiental tal prática e terminantemente proibida.

Após pesquisa na internet e em dicionários, inclusive no Dicionário Aurélio, só encontramos o termo no Dicionário On-line de Português, onde a palavra significa: Vasilha com que se tira água dos poços, ou seja, bastante diferente do que temos aqui na nossa região.

No entanto existe uma palavra em inglês que tem um pronúncia bastante semelhante – Bag - que por sua vez significa Saco, podendo então ser um caso de etimologia popular.



segunda-feira, 15 de abril de 2013


MORINGA

Por: Jane Clécia Cardoso dos Santos


Essa Moringa  e da minha vó, pois a mesma tem muitos anos, feita de barro, pois a minha vó ate hoje utiliza como filtro na casa dela só toma água de Moringa.
O artesanato, técnica de trabalho manual artístico não industrializado, é utilizado pelo homem desde o início da sua história. Os primeiros artesãos começaram a fabricar seus bens no período neolítico (6.000 a.c). Nessa época, o homem produzia os objetos a partir de pedras e fibras de animais e vegetais. Aos poucos foi evoluindo, e muitos começaram a tirar sustento dessa prática. O artesanato, apesar de ser comercializado, não é considerado uma mercadoria, pois carrega valores, crenças e culturas. 




MÁQUINA DE COSTURA

Por: Jaqueline Martins Pinho



A máquina de costura, utensílio domésticos  utilizado para produção de roupas.veio para amenizar tal necessidade, pois com ela, todas as peças de roupas eram facilmente  produzida e recuperadas .
Em 1840, com o surgimento da máquina de costura, estabeleceu-se a base para a indústria prêt-à-porter. Durante a Idade Media, no século XII, o status da costureira se resumia a fazer consertos e ajuste para alfaiates e camiseiros, somente os mestres alfaiates possuíam legitimidade profissional para vestir homens e mulheres.

MOINHO

Por: Pedro Jesus dos Santos



Moinho utilizado para triturar principalmente os grãos de milho para com sua massa fazer o tradicional cuscuz.
PILÃO

`Por: Sônia Maria de Abreu


Artefato primitivo de origem remota, o pilão de madeira, na época do Brasil-Colônia, já era utilizado na agricultura para socar alguns alimentos, tais como o milho e o café. Para sua confecção, utilizavam-se troncos de madeiras duras - como a maçaranduba, a peroba, a canela preta, o guatambu e o limoeiro - que eram escavados com fogo, e, sua haste (denominada mão de pilão), era feita com um pedaço aparelhado dessas madeiras. A altura de um pilão variava entre 30 e 70 cm e, uma haste, media de 60 cm a 1,2 m.
No tocante à cultura rural brasileira, pode-se afirmar que todas as casas nas zonas rurais usavam algum pilão. Os pesquisadores afirmam que essa ferramenta deve ter sido copiada dos árabes. Em 1638, nos terreiros próximos às portas das cozinhas, já havia registro do emprego de pilões, nos preparos da farinha de mandioca e óleo de semente de gergelim, em substituição ao azeite de oliveira.
Nos terreiros de candomblé, na Bahia, moía-se o milho em um pilão grande, para preparar os quitutes servidos à Mãe-de-Santo e ao Pai-de-Santo (o acaçá e o aberém). Nele, quebrava-se, também, o feijão, para se preparar o abará, o acarajé e o omolucum. Em um pilão pequeno, os temperos eram moídos, para se cozinhar o arroz de haussá e o efó.  Ao longo dos séculos, portanto, esse utensílio doméstico sempre foi muito utilizado na cozinha baiana. 
No artesanato nordestino, é possível se encontrar pilões de madeira, de barro, de pedra sabão, de chifre de boi, em feiras livres, mercados públicos ou lojas de objetos artísticos. O pilão intermediou as trocas alimentares entre os indígenas, africanos e europeus, a união de vários caminhos e experiências de vida, de etnias, de culturas, e a miscigenação de gostos, formas e aromas. Apesar de ultrapassado, em decorrência dos avanços tecnológicos, esse utensílio continua presente no imaginário popular brasileiro.




Na cozinha, os utensílios, como o pilão, tinham para os negros e indígenas uma importância que o português desapercebeu, mediante outras maneiras de esmagamento, no almofariz ou gral. Dava um sabor inesquecível aos alimentos feitos com essa preparação. O café pilado jamais poderia comparar-se ao café moído à máquina, na opinião popular, saudosa do pilamento insubstituível. A paçoca exigia o pilão, sob pena de não ser paçoca. Na África, os esparregados de plantas cruas eram feitos no pilão. No Brasil, o milho era seu freguês clássico. A massa ou xerém para o cuscuz, a canjica, o bolo de milho, eram batidos os grãos, para “tirar o olho”, no pilão (LIMA, 1999, p. 50).


Segundo o folclorista (2004), Na África os esparregados de plantas cruas são feitos no pilão. No Brasil, o milho era seu freguês clássico. A massa ou xerém para o cuscuz, canjicão, bolo de milho, a batida para ‘tirar o olho’, eram serviços de pilão. ...O arroz da terra, avermelhado, era descascado no pilão. Havia várias formas de retirar a casca sem quebrar o grão. O café, depois de torrado no caco, panela rasa, de barro, ia ser pilado. Como o milho e a paçoca. Pilavam  horas e horas. Essas operações eram confiadas às mulheres. Quase sempre duas, no mesmo pilão, alternando as pancadas, e cantando.


Acesso – 09/04/2013



ORATÓRIO

Por : Valdério Matos




Em 1955, meu avô materno pediu ao cunhado que fabricasse um Oratório (uma espécie de nicho) a fim de satisfazer o desejo de ter um local para guardar a imagem do Santo de sua devoção: São José.  Tal oratório foi fabricado de maneira artesanal com madeira de cedro, no povoado de Sítio do Quinto (hoje uma cidade), município de Jeremoabo. Depois de feito o nicho, o Santo passou a ser homenageado todo dia 19 de março. Entretanto, a novena durava três dias. Começava dia 18 março e se estendia até dia 20, pela manhã. Nesse período, os moradores, ao som de zabumbeiros, traziam além dos ex-votos, dinheiro e animais (que eram vendidos para arrecadar dinheiro para a compra de material para enfeitar o Oratório). Os vizinhos comiam e bebiam. Hoje o Oratório pertence à minha avó materna.

História
O oratório constitui um nicho com imagens de santos para devoção pública ou particular. Teve origem na Idade Média. Inicialmente era a moradia do rei.  Posteriormente, as famílias abastadas começaram a construir seus altares, que passaram a ser visitados também por associações leigas ou confrarias. Tal costume se ampliou e chegou às colônias portuguesas, trazido pelos colonizadores. 
No Brasil, o hábito se desenvolveu e os oratórios atingiram as fazendas, senzalas e residências, como local de culto privado ou público.
De Acordo com Verônica Nunes, em seu Glossário de termos sobre religiosidade, o oratório também significava uma congregação religiosa e o local onde os fiéis condenados à morte faziam sua oração antes do suplício.
Luiz Mott, em sua obra “Bahia, inquisição e sociedade” revela que na Casa da Torre, um morgado originado na capitania da Bahia, no século XVI, construída em uma elevação na atual Praia do Forte, no litoral de Tatuapara, possuía em uma de suas dependências uma cova em uma parede como Oratório. A casa localiza-se, hoje, no município de Mata de São João, no litoral do estado da Bahia.
Em Ouro Preto, temos o Museu do Oratório.

Fontes:
MOTT, Luiz. Bahia: inquisição e sociedade [online]. Salvador: EDUFBA, 2010. 294p.
NUNES, Verônica Maria Meneses. Glossário de termos sobre religiosidade . Aracaju: Tribunal de Justiça; Arquivo Judiciário do Estado de Sergipe, 2008, 161 p.,